ASTRONOMIA: DA ESCOLA PARA A VIDA
“A ciência
é muito importante. Ela está ligada ao desenvolvimento tecnológico do país e, principalmente, ao
pensamento crítico das pessoas.” (Leonardo Gabriel Diniz)
Leonardo Diniz, Maira Moraes, Larissa Santana, Gleice Rodrigues e Sidney Maia
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O professor Dr. Leonardo
Gabriel Diniz concedeu uma entrevista às alunas do curso de Letras do CEFET- MG, Ana Valéria Proença, Gleice Rodrigues, Larissa Santana e Maira Moraes, para a
realização de um trabalho da disciplina Oficina de Leitura e Produção de Textos
II. Nela, Leonardo conta como surgiu o GEDAI, a sua relação com a
comunidade em geral e com o meio ambiente, como funciona o intercâmbio com
outras escolas e o que ele imagina para o futuro.
Confira a entrevista
completa:
Como surgiu
o desejo de divulgar a astronomia, não apenas para os alunos, mas para a
comunidade em geral?
Em 2009 foi comemorado o ano internacional da astronomia
porque 400 anos atrás (em 1609) Galileu apontou o telescópio para o céu e fez
várias descobertas. Nesse ano o Governo Federal lançou um edital para escolas
federais com uma verba de 30 mil para quem desenvolvesse projetos de divulgação
científica e de ensino de astronomia. O edital apareceu no CEFET-MG,
no campus Timóteo, onde eu era professor
de física. Nós topamos o desafio de escrever o projeto que para nossa sorte foi
contemplado com um telescópio computadorizado no valor 30 mil.
Como
começou o GEDAI?
Tudo começou com o “Astronomia do Vale do Aço” em 2009. Em
2014, eu vim para Belo Horizonte. Nasce a ideia do GEDAI que no início era um
grupo de BH. Eu e o prof. Sidney Maia fomos montando o grupo. A gente descobriu que tinha
um professor em Contagem que era doutor em astrofísica, então ele passa a
participar com a gente. Nesse mesmo ano a criamos um curso para professores.
Esse curso se chama “Astronomia Primeiros Passos”. A gente ensina professores
da rede pública a usar o telescópio para observar o céu.
O Edital
era da própria entidade ou do governo?
É um edital do Governo Federal. Qualquer escola federal poderia escrever um projeto. A comissão ligada a esse edital
selecionou os melhores que foram contemplados com essa verba. Isso foi o
nascimento do projeto que existe até hoje, o “Astronomia
No Vale do Aço”, que continua com outro professor coordenando, prof. Weber.
Esse foi o primeiro projeto de astronomia do CEFET- MG do qual eu tenho
conhecimento.
O nome do
projeto é bastante criativo, pois lembra os personagens “Jedis” dos filmes
“Guerra nas Estrelas.” Qual foi a história por trás da criação desse nome?
Na verdade, esse nome não foi por acaso. O nosso GEDAI se
escreve de maneira diferente. Ele não é com “J” como o da série, mas o som é
igual. O professor Sidney Maia Araújo (também conhecido como Sidão) foi
responsável pela sua criação. Eu e ele tivemos a ideia de criar um grupo e,
dessa forma, fomos formando a sigla do Grupo de Estudo e Divulgação da
Astronomia e acabou ficando “GEDA”. Queríamos botar o i para ficar “GEDAI”,
fomos tentando, mas "forçava muito a barra”. Então, lembramos o fato de eu ter
vindo de Timóteo e de lá haver um grupo forte de astronomia. O nome nasceu
dessa paixão por ficção científica (muito mais do Sidão do que minha) e ao
mesmo tempo dessa questão intercampi de eu ter vindo do interior e ter essa
ideia de interagir com todas as unidades.
Você
acredita que filmes de ficção científica podem influenciar o jovem a gostar de
astronomia?
Acredito que sim. Muita coisa que acontece hoje foi ficção
científica no passado. Mas às vezes o menino gosta muito, mas fica só na ficção científica e
se esquece de estudar as leis de Newton na escola. Então muitas vezes não
percebe que para ser um cientista ele tem um longo caminho estudando matemática
e física.
Qual é o
objetivo de levar esse conhecimento para a comunidade?
A ciência é muito importante. Ela está ligada ao
desenvolvimento tecnológico do país e, principalmente, ao pensamento crítico das pessoas. Temos uma carência
muito grande de jovens na área cientifica. Acreditamos que a astronomia tem um grande poder atrativo para despertar um interesse maior em relação à
aprendizagem. Investimos muito em parcerias com professores das escolas públicas
nos cursos de astronomia do GEDAI. Além da comunidade em geral, nós procuramos
interagir, nas escolas públicas, com professores que desenvolvem projetos.
Em relação a comunidade em geral, mesmo que a pessoa não se torne cientista ou trabalhe com ciência, ela tem a
oportunidade de conhecer o universo, isso também é um objetivo muito
interessante.
Como é
feito o intercambio com as outras unidades do CEFET e com as outras
escolas?
Todo ano temos um encontro, a "Jornada de Astronomia
GEDAI", que em cada ano acontece em uma unidade diferente. Ano passado aconteceu o primeiro,
em Timóteo, e esse ano será em Curvelo. A ideia é juntar todos os grupos de
todas as unidades e a comunidade local com palestras e trocas de experiências.
Durante o ano o contato é mais virtual, mas todo ano temos um encontro onde
podemos trocar experiências pessoalmente. Esse ano a gente teve um evento no
dia 27 de agosto, uma conjunção dos planetas Vênus e Júpiter e combinamos de
cada equipe, no mesmo horário, registrar o fenômeno. A gente conseguiu fazer essa
atividade coletiva. Em relação à parceria com outras instituições, trabalhamos
muito com eventos públicos e também atendemos escolas públicas. Naturalmente temos
professores que trabalham com astronomia nas escolas estaduais e municipais e
que buscam nosso apoio e assim criamos um vínculo um pouco maior com os
professores que se engajam nessa questão. Vamos a escola desse professor, eles
vêem até a gente ou desenvolvem um projeto de ensino de astronomia e “trocamos
figurinhas”. Por exemplo, o grupo de Timóteo tem atendimento às escolas. Em Belo
Horizonte, pelo terceiro ano seguido, realizamos um curso para professores,
viramos parceiros deles.
Qual a
metodologia usada por vocês nas atividades públicas do GEDAI?
A metodologia usada normalmente é uma palestra, mas sempre
tentamos unir com a observação. Normalmente, em toda palestra levamos telescópios que, para mim, é a parte mais importante.
Qual a
relação da astronomia com o meio ambiente?
Muitas das nossas atividades de observação são feitas no “Parque Estadual da
Serra do Rola Moça”. Então, naturalmente, tem o respeito ao meio ambiente. O
nosso grupo tenta integrar a astronomia com o meio ambiente. Quando trazemos
essas questões ambientais em relação ao nosso planeta, quando ampliamos o olhar
através da astronomia e olhamos como estamos cuidando do nosso planeta tocamos bastante as
pessoas. O “Astronomia na Serra do Rola Moça” atende ao público em
geral e tem palestras sobre educação ambiental/astronomia seguidas de observação.
O que se pretende futuramente com esse projeto?
Eu ainda não parei para pensar sobre isso. Eu imagino que os
próximos passos sejam fortalecer esses grupos existentes nas várias unidades do CEFET-MG e
consolidar os mais novos. Com o crescimento desse grupo acreditamos que mais unidades
possam ser estimuladas, essa seria uma meta. Outra meta é colocar a pesquisa
junto com a extensão, porque estamos levando ensino de astronomia e estamos em
contato direto com as escolas.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirParabéns professores e alunos. Excelente trabalho. O objetivo de levar o conhecimento tecnológico a comunidade é um grande incentivo a educação e entretenimento.
ResponderExcluirExcelente trabalho! Gostei do nome do projeto e o incentivo dos professores e do trabalho dos alunos do curso de letras pela entrevista.Parabéns.
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